O VESTUÁRIO ROMÂNTICO

No começo do século 19, depois da apresentação da peça “Henrique III e sua Corte” de Alexandre Dumas, a estética medieval estendeu-se pela moda e por todas as manifestações artísticas das mais distintas camadas sociais, resultando no Movimento Romântico. O Período Romântico tem seu nome derivado do “Romantic Arts Movement”, no qual arte, literatura e música focavam em emoções e sentimentos ao invés da racionalidade. O teatro e a literatura alimentavam-se de histórias de fantasmas, seres mitológicos, cavaleiros medievais e heróis.

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Passado 1815 as roupas femininas tornaram-se gradativamente enfeitadas e decorativas. As saias ficaram volumosas com a ajuda de diversas anáguas. Corsets retornaram severos e a linha da cintura era alguns centímetros acima da cintura natural. Os tecidos tinham cores claras ou cores ricas. Estampas florais e suaves com fundo claro eram bastante populares, assim como a combinação de flores e listras.

Nessa época as mulheres começaram a serem chamadas de “sexo frágil”, descritas como delicadas, frágeis e objetos para efeitos convencionais. Deviam parecer-se com donzelas, ladies ou rainhas medievais, saídas de um mundo encantado de fantasias e lendas. Os vestidos noturnos tinham decotes baixos na frente e nas costas. Podiam ter um babado ao redor do pescoço e/ou ombros imitando rufos medievais.As saias eram bastante volumosas, estampadas, decoradas com babados e laços, mantidas com cinco ou seis anáguas e uma crinolina. O comprimento das saias não ultrapassava a altura do tornozelo.

Traje-Romantico

1830 2Havia grande variedade de tipos de mangas, normalmente imensas e sustentadas por barbatanas ou bolas de plumas. Uma invenção da época é a manga presunto, que era larga no alto, estreita no cotovelo e justa nos punhos. Em meados de 1830, elas foram invertidas: sendo justas no alto, largas no cotovelo e novamente justas no punho. As mulheres se espremiam em espartilhos numa tentativa de imitar a estética da Renascença. Xales eram peças populares para sair às ruas. Capas e casacos longos eram usados no tempo frio ou chuvoso.

Os sapatos eram sem salto, no modelo bailarina, combinando com o vestido. Nas ruas, usavam botas de tecido, mas as mulheres quase não saiam de casa. Os cabelos compridos eram repartidos no meio, amarrados na parte de trás e com cachos nas laterais do rosto, que com o passar dos anos ficaram maiores e mais elaborados. Eram enfeitados na testa por correntes de ouro ou prata. Chapéus de abas largas eram usados. Posteriormente, em 1837, os bonnets se tornaram populares durante o dia, dando a impressão de extremo recato e só permitia que o rosto fosse visto de frente. Pérolas, broches, camafeus, pedras, eram acessórios sempre em formato muito delicado. Leques eram usados em bailes e sombrinhas, embora essenciais, raramente eram abertas.

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A silhueta ideal masculina, assim como a feminina, visava ombros largos e cintura fina. As camisas eram de linho ou algodão, usadas com o colarinho em pé e gravatas amarradas com um laço frouxo. As mangas eram justas e acabavam no punho. Trajavam calças justas afinadas no tornozelo, de cor clara durante o dia e escuras à noite, com fechamento frontal vertical com zíper, ao invés do fechamento frontal horizontal com botões das épocas anteriores. Os casacos eram acolchoados nos ombros e no peito, abotoados na cintura. Os coletes tinham fechamento simples ou duplo e eram extremamente apertados na cintura. As capas largas e pregueadas em torno do pescoço, jogadas sobre os ombros e fechadas com um colchete e uma pequena corrente ficaram na moda até o fim dos anos de 1830, depois foram substituídas pelo sobretudo. Normalmente na combinação citada acima cada peça era de uma cor diferente.

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